Preciosidades

sábado, 2 de julho de 2011

A música no seu cérebro. Daniel J. Levitin

"Música: uma nova arma contra a senilidade, uma forma de prevenir ou retardar o mal de alzheimer."
 
“Como preservam o contexto, os modelos mnemônicos de múltiplos traços também podem explicar por que às vezes recuperamos lembranças antigas e quase esquecidas. Já lhe aconteceu de estar caminhando pela rua e de repente sentir um cheiro que não sentia há muito tempo, lembrando-se então de algum episódio antigo? Ou ouvir uma canção no rádio e se ver instantaneamente mergulhado em velhas lembranças associadas à época em que essa canção fez sucesso? Fenômenos assim estão no próprio cerne do que significa ter lembranças. A maioria de nós tem um conjunto de lembranças que tratamos como se fosse um álbum de fotografias ou de recortes, com certas histórias que estamos acostumados a contar a parentes e amigos, certas experiências que relembramos em momentos de dificuldade, tristeza, alegria ou estresse, para lembrar-nos daquilo que somos e das experiências que tivemos. Podemos considerar que está aí o repertório de nossas lembranças, as memórias que nos acostumamos a evocar, algo parecido com o repertório de um músico, contendo as peças que ele sabe como tocar.
De acordo com os modelos mnemônicos de múltiplos traços, toda experiência é potencialmente codificada na memória. Não em um lugar específico do cérebro, pois ele não é como um depósito; as memórias são codificadas, isso sim, em grupos de neurônios que, reunidos em valores adequados e configurados de determinada maneira, farão com que uma lembrança seja recuperada e reativada no teatro de nossa mente. Desse modo, o obstáculo que nos impede de relembrar tudo o que quiséssemos não está no fato dos elementos não se encontrarem “armazenados” na memória; o verdadeiro problema é encontrar a chave certa para acessá-la e configurar adequadamente os circuitos neurais. Quanto mais acessarmos uma lembrança, mais ativos se tornarão os circuitos de recuperação e recordação, e mais facilidade teremos com suas chaves. Teoricamente, se tivéssemos apenas as chaves certas, poderíamos ter acesso a qualquer experiência passada.” (A música no seu cérebro, p.186 – Daniel J. Levitin)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.